Oi gente! :)
Fiz esse post porque percebi que a maioria das postagens de dicas sobre intercâmbio falam sobre os sentimentos que temos quando não queremos mais voltar para casa, e que poucas pessoas falam sobre o sentimento inverso, ou seja, de quando você sente vontade de voltar. É o tal do sentimento 'homesick'.
Uma vez, uma colega me disse que o melhor tempo para ficar fora do país é 6 meses. Segundo ela, depois desse tempo, o país perde a magia, a novidade, e cansa. Em outro momento outra amiga comentou comigo sobre uma colega dela que foi trabalhar fora e estava se sentindo sozinha e depressiva. Isso me fez pensar um pouco sobre o assunto, e achei que isso merecia um post mais elaborado.
A verdade é que, como todas as coisas da vida, embora seja o máximo conhecer lugares/culturas/pessoas diferentes, minha colega tinha razão, e existe um momento em que a novidade deixa de ser novidade e a rotina surge. Isso é ruim? Não necessariamente, tem gente que cria uma nova rotina e gosta mais dela do que a que tinha anteriormente e não pensa mais em voltar. Mas como cada um lida de uma forma diferente com essa experiência, tem gente que começa a ficar homesick (e friendsick) e entra em uma crise muito grande. E é com essas pessoas que eu quero falar hoje.
Por isso, se você está se sentindo assim, ou conhece alguém que está dessa forma, preparei essas dicas, espero que gostem!
1 - Converse com seus familiares e amigos:
Viajar não significa abandonar tudo e todos e não olhar mais para trás. Significa criar uma nova vida e mesclar essa vida com quem você era antes.
Quem fica também sente vontade de conversar e sente sua falta. Por isso, quando se sentir só, lembre-se que as pessoas queridas da sua vida podem te ajudar e te dar forças para seguir em frente. Converse com seus pais, irmãos, com seus amigos, primos, tios etc, converse com as pessoas que te amam e pode ter certeza de que vai se sentir muito melhor.
Importante: Pondere esse tempo de conversa. Cuidado para não se fechar à experiência e passar o dia todo trancado no quarto, falando no Skype.
2 - Converse com as pessoas que estão há mais tempo no país do que você:
Já te disseram que pessoas mais velhas são mais experientes? Então, nesse caso é a mesma coisa.
Aí você pode se perguntar: "Mas Cintia, qual a diferença dessas pessoas pros meus amigos e familiares?" E a resposta é bem simples: as pessoas que moram no país há mais tempo do que você provavelmente passaram pelos mesmos problemas que você está passando agora, e podem te dar dicas valiosas de como lidar com situações específicas do cotidiano.
Por exemplo, se está se sentindo sozinho você pode conseguir uma dica legal de lugar para frequentar na cidade onde mora, se o problema é o descontrole financeiro você pode conseguir uma dica de um mercado mais barato para ir, se está se sentindo perdido, pode conseguir dicas de como pegar o transporte público. Ou seja, as pessoas mais experientes podem deixar sua vida mais fácil!
Uma coisa que a gente precisa admitir quando viaja sozinho é: é muito complicado se virar sozinho para tudo. Eventualmente você vai precisar de ajuda, então coloque o orgulho de lado e não tenha medo de perguntar e pedir ajuda! ;)
3 - Procure um 'advisor':
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Algumas até possuem grupos para intercambistas e lá você vai encontrar pessoas que estão passando pela mesma experiência que você.
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5 - Lembre-se do quanto lutou para chegar aonde chegou:
Por isso nunca se esqueça do caminho que trilhou para conseguir o que conseguiu e lembre-se de tudo que amadureceu nesse processo todo e tudo que ainda vai amadurecer.
6 - Lembre-se de que são nos momentos de dificuldade em que a gente mais amadurece
A verdade é que começar do zero em qualquer outro lugar exige muita maturidade, e muita cabeça aberta. Muita gente se desilude com as viagens, porque vai viajar achando que tudo será melhor, que não haverá dificuldades, mas a gente não pode esquecer que a vida é feita de momentos bons e momentos ruins, e ninguém está imune a isso.
Sair da zona de conforto e mudar de país é algo que exige uma preparação psicológica muito grande, por isso use essa situação a seu favor para autoconhecimento e controle emocional, e aprenda a lidar com suas dificuldades e limites.
Sair da zona de conforto e mudar de país é algo que exige uma preparação psicológica muito grande, por isso use essa situação a seu favor para autoconhecimento e controle emocional, e aprenda a lidar com suas dificuldades e limites.
Já ouviu dizer 'no pain, no gain'?. Quando a dificuldade é maior, mais você ganha ao superá-la. O sentimento ruim costuma passar, mas o aprendizado que vem acompanhado com a superação do obstáculo dura para a vida toda. Por isso, saiba que com tudo isso, você está adquirindo mais e mais experiência para levar para sua vida.
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Eu sei que quando a saudade bate, o coração aperta, e você tem vontade de sair correndo e pegar o primeiro avião de volta pra sua casa e largar tudo. Mas tenha em mente de que esse sentimento pode ser parte de uma fase, por isso dê um tempo para você colocar a cabeça no lugar e pense no seu bem estar a longo prazo, e não num sentimento passageiro.
Seja paciente com você mesmo. E se não souber o que fazer e pra onde ir, lembre-se de que quando não souber qual decisão tomar, escolha aquilo em que você mais se arrependeria se caso não fizesse.
Bom gente, essas foram minhas dicas e eu espero realmente ter ajudado! :)
A verdade é que a adaptação à uma nova cultura, à um novo idioma, e começar tudo do zero, são desafios que temos que superar todos os dias quando tomamos a decisão de morar fora. E é natural sentir saudades dos pais, saudades do cachorro, dos amigos, do clima, da comida, do emprego. Por isso não se culpe por se sentir assim.
E você? Já passou pela experiência de se sentir homesick? Conte para a gente nos comentários! :)
Estou passando por isso agora. Dois meses fora de casa e a saudade está presente todos os dias, fazendo-me querer voltar para a minha família e amigos. Tudo ficou mais difícil ainda depois que terminei com o meu namorado, e ainda por cima tenho que continuar vendo ele indo para festas (mais do que ia comigo) e dormindo fora por causa de fotos. Nós ainda nos falamos também, e sabemos que quando eu voltar a possibilidade de ficarmos juntos novamente é quase 100%. Aqui no meu novo país não tenho festas para ir e passo muito tempo vagando sozinha pela cidade. Tudo o que eu mais queria era conseguir aproveitar essa viagem como se tudo fosse passar muito rápido, mas o tempo se arrasta para mim! Tenho amigos aqui, sim, mas a maioria não se aproxima, talvez por medo de conversar em inglês (também não é a língua deles). Não consigo descobrir sozinha se dois meses é muito tempo para dizer que "ainda estou me adaptando", ou se é normal em relação aos outros intercambistas. Só sei que quero ter vontade de ficar, quero muito aproveitar como se não houvesse amanhã, para que no futuro eu tenho ótimas lembranças, mas a depressão me pegou de jeito.
ResponderExcluirBeatriz, isso aconteceu comigo também.
ExcluirEu fiquei quase 4 meses em um lugar, e eu demorei quase 3 para fazer amizades. Eu já estava desistindo, quando por acaso conheci uma menina que estudava comigo e estava tão perdida quanto eu, e aí ficamos amigas e ela me apresentou as amigas dela e as coisas melhoraram. Tenha paciência. Tem gente que demora mais, gente que demora menos. É muito difícil mesmo fazer amizade fora do país, e a gente fica o tempo todo comparando com nossos amigos do Brasil, e isso deixa tudo pior ainda! Só não se isole porque aí suas chances de conhecer alguém diminuem, continue saindo para lugares que você se identifica, e eventualmente você vai se soltando e se sentindo melhor, e vai conhecendo mais gente. Tente participar de mais grupos (se você foi pra uma universidade/escola). Mas não se preocupe porque é normal sim. O que acontece é que quando as pessoas vão viajar, você só vê as coisas boas postadas na internet, ninguém fala sobre o lado ruim, com medo de ser julgado, por isso me inspirei pra fazer essa postagem, tem muita gente que se sente dessa forma.